Você já sentiu uma dor persistente, difusa, difícil de explicar e que parece não ter causa nos exames? Esse tipo de dor pode ser classificado como dor nociplástica.
Embora seja um termo técnico ainda pouco conhecido por muitos pacientes, ele está ganhando espaço na medicina moderna.
Neste artigo, você vai entender o que é dor nociplástica, como ela se diferencia de outros tipos de dor (como a dor nociceptiva e a neuropática), e como ela se relaciona com a fibromialgia.
O que é dor nociplástica?
Esse tipo de dor crônica não está ligada a lesões identificáveis em tecidos nem a danos nos nervos.
A origem está em alterações no funcionamento do sistema nervoso central, que passa a interpretar estímulos normais como dor.
Ou seja, mesmo que não haja lesões visíveis, o cérebro reage como se houvesse um problema físico. Por isso, é chamada de síndrome dolorosa central.
Diferença entre dor nociplástica, nociceptiva e neuropática
Para entender melhor a dor nociplástica, veja como ela se diferencia dos outros tipos mais conhecidos:
Dor nociceptiva: causada por lesão em tecidos não nervosos, como músculos, articulações ou ossos. Ex: entorses, inflamações e cortes.
Dor neuropática: causada por lesão ou doença nos nervos, como ocorre em casos de neuropatia diabética ou dor do nervo ciático.
Dor nociplástica: acontece mesmo sem lesão evidente, por causa de uma disfunção no sistema nervoso central.
É comum em condições como fibromialgia, síndrome do intestino irritável e outras dores crônicas difusas.
De “dor psicogênica” a dor nociplástica
No passado, pacientes com dor sem causa aparente recebiam diagnósticos como “dor psicogênica”, sugerindo origem emocional.
Com o avanço da neurociência, estudos de imagem e exames laboratoriais identificaram alterações reais no funcionamento do sistema nervoso desses pacientes.
Isso levou à evolução da nomenclatura:
Primeiro “dor disfuncional”
Depois “hipersensibilidade do sensório”
E agora: dor nociplástica
A mudança reconhece que a dor tem base física real, mesmo que ainda não apareça nos exames tradicionais.
A relação entre dor nociplástica e fibromialgia
A principal representante dessa síndrome é a fibromialgia — uma condição caracterizada por dor generalizada, fadiga, distúrbios do sono e sensibilidade extrema ao toque.
Pessoas com esse quadro apresentam amplificação da dor no sistema nervoso, mesmo sem inflamações ou lesões estruturais.
Outras doenças também compartilham esse mecanismo, como a síndrome do intestino irritável, cistite intersticial e dor pélvica crônica.
Diagnóstico e tratamento da dor nociplástica
O diagnóstico da dor nociplástica é clínico.
Geralmente é feito por exclusão de outras causas e análise dos sintomas persistentes, difusos e sem justificativa estrutural.
O tratamento costuma envolver uma abordagem multidisciplinar, que pode incluir:
Exercícios físicos leves e supervisionados
Terapias cognitivas e comportamentais
Uso de medicamentos como antidepressivos ou anticonvulsivantes
Técnicas de relaxamento e manejo do estresse
É fundamental que o paciente entenda que a dor é real, e que com orientação adequada é possível viver com mais qualidade de vida.
Conclusão
A dor nociplástica representa um desafio médico e emocional, mas também uma nova forma de compreender como o corpo sente dor.
Ao identificar esse tipo de dor corretamente, é possível evitar tratamentos ineficazes e focar em terapias que tragam bem-estar ao paciente.
Se você convive com dores crônicas sem causa definida, saiba que há explicações e tratamentos disponíveis.
Na ZD Clínicas, oferecemos avaliação completa e tratamentos especializados para ajudar você a recuperar sua qualidade de vida com acolhimento e ciência.
